ENTRE ESCOLHAS

Ela correu para um beco escuro
E injetou a droga que a faz viver.
Uma rejeição natural sempre causa fortes dores,
Mas não há outra forma de abrir os olhos ao amanhecer.

Em quê nos tornamos?
Qual a essência do que cultuamos?
Entre sorrisos e mentiras...
Entre sossegos e conflitos.

O que há pra resgatar,
Se não entende o que perdeu-se?
Entre aplausos e escuridão...
Entre vaidades e virtudes.

E os dias passam em noites escuras,
Em rumos incertos.
Entre prosas e versos...
Entre caminhos e cominhos.

Mas ela nem sabe que se droga,
Mal sabe o que se tem.
Vive com seus jeitinhos,
Matando leões a cada dia.

No final dessa ilusão,
Há apenas um gigantesco desconhecido.
No final dessa chance,
Há apenas um caminho que não volta.

Em frente ao espelho ela reconhece a verdade.
Já não importa mais o que se perdeu e o que se gastou.
Importa apenas saber, o que se quer de fato, mudar.

BH 11/03/2016